Muitas vezes não damos a devida importância para os patógenos do solo. Quando comparamos a atenção dada às doenças de solo e às foliares, percebemos que há uma desproporção, principalmente nos ambientes tropicais. As doenças de solo afetam o sistema radicular, restringindo a absorção de água e nutrientes e diminuindo a produtividade.
Quais são os principais tipos de doenças que afetam o solo?
Dentre os principais agente causadores estão fungos, bactérias e os nematoides. Uma diferença entre muitos destes organismos daqueles que causam as doenças foliares, é que podem se alimentar saprofiticamente, ou seja, de restos de plantas ou animais mortos em decomposição presentes no solo. Isso confere a estes organismos uma alternativa adaptativa muito potente, perseverando nestes solos e dificultando seu controle. Também revela uma face perigosa, a de que depois de organismos adaptados como esses são introduzidos nas área cultivadas, é praticamente impossível serem eliminados.
Uma das razões para subestimarmos os danos causados pelas doenças de solo, é o fato que os sintomas são mais difíceis de serem observados. Precisamos cavar este solo, e remover cuidadosamente as raízes para não perdermos as partes afetadas a fim de observá-las.
Os principais tipos de doenças de solos são:
- Podridões de sementes e plântulas
- Podridões radiculares
- Murchas vasculares
- Podridões moles
- Nematoses radiculares
Podridões de sementes e plântulas
Bactérias e fungos


As podridões de sementes são causadas por bactérias e fungos, enquanto as doenças de plântulas são causadas basicamente por fungos. Na lavoura, podemos observar os sintomas pelas falhas de emergência ou morte das plântulas. Examinando-se com mais cuidado, podemos encontrar as sementes parasitadas. Uma análise laboratorial pode ser realizada para definir com maior precisão qual a espécie em questão, auxiliando no correto diagnóstico e posterior recomendação de manejo.
Alguns exemplos são: Xanthomonas campestris pv.campestris, Rhizoctonia solani, e Pythium spp

Foto: Rizoctonia solani.
Podridões radiculares
Doenças mais comuns no solo


São as doenças mais comuns causadas por fitopatógenos de solo. As plantas atacadas apresentam uma grande gama de sintomas. Umas causam a morte rápida das plantas, outras não. Apresentam uma pequena parte do sistema radicular atacado, outras atacam-o por inteiro. Em geral, observa-se a necrose parcial ou total dos tecidos radiculares. Os fatores que mais influenciam a infecção são a umidade e a temperatura do solo.
Alguns exemplos destes patógenos são: Macrophomina phaseolina, Bipolaris sorokiniana e Aphanomyces euteiches

Murchas vasculares
Sistema vascular das plantas


As murchas vasculares são caracterizadas por doenças que causam a obstrução do sistema vascular das plantas. Geralmente os sintomas começam com o amarelecimento das folhas mais velhas que vão progredindo com o tempo para as demais folhas. Cortando-se o caule, observa-se uma coloração marrom. Alguns das espécies causadoras de murchas permanecem no solo por vários anos através de estruturas de resistência como microesclerócios e clamidósporos.
Alguns exemplos destes patógenos são: Fusarium oxysporum, Verticillium dahliae e R. solanacearum
Podridões Moles
Enzimas de bactérias e fungos


Este nome se dá para o aspecto apresentado pelas plantas infectadas. Enzimas produzidas por bactérias e fungos, degradam as células dos tecidos vegetais que se desintegram. Pectobacterium carotovorum é a principal bactéria causadora de podridão mole e sobreviveem restos culturais e no solo, requerendo ferimentos para infectar os tecidos da planta. Fungos habitantesdo solo capazes de causar podridão mole incluem Rhizopus e Sclerotinia, sendo que o primeirosobrevive no solo como saprófita em restos culturais e o segundo como esclerócio no solo ou micélioem restos culturais.

Nematoses radiculares
Nematóides nas raízes


Os principais nematoides causam sintomas que variam do engrossamento das raízes, necrose de tecido radicular a clorose internerval nas folhas. Alguns nematoides são sedentários como o Heterodera e Globodera e Meloidogyne. Outros são migradores como o nematóide das lesões, Pratylenchus. Esses nematóides são capazes de causar mais de 50% de perdas de rendimento em culturas como batata, beterraba e soja.
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Manejo:
A melhor forma de reduzir os danos causados pelos patógenos de solo é prevenindo a entrada na área de cultivo. Uma das portas de entrada ocorre pelo uso de sementes contaminadas. Muitos agricultores ainda não realizam exames laboratoriais para verificar a qualidade da semente do ponto de vista sanitário. Sem saber, acabam introduzindo um problema que traz enormes prejuízos.
Com o patógeno presente na área, nos resta manejá-lo a fim de manter sua população abaixo do nível causador de dano econômico. Isso se faz através da rotação-de-culturas, uso de semente tratada com fungicidas, uso de variedades resistentes, uso de nematicidas no solo, ou uso de outros microorganismos que promovem o controle biológico.
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